domingo, 11 de novembro de 2012

Juiz disse que o Conselho Tutelar e culpado pela doação das crianças


11/11/2012 22h34 - Atualizado em 11/11/2012 22h34

Juiz acusado de tráfico de 

crianças culpa o Conselho


Vitor Bizerra entregou cinco crianças baianas para adoção em São Paulo.
Em CPI, juiz disse que mãe das crianças é prostituta e pai é alcoólatra.

Do G1, com informações do Fantástico
8 comentários
O juiz Vitor Bizerra, acusado de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo (BA), disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.
No dia 14 de outubro, o Fantástico denunciou a história de Silvânia e Gerôncio da Silva, pais que tiveram os cinco filhos retirados de casa e dados para adoção em São Paulo. A mais nova das cinco crianças tinha dois meses de idade quando saiu a decisão.
“O Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília.
O Conselho Tutelar declarou ao Fantástico que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção.
A reportagem ouviu ainda moradores de Monte Santo, a 350 km de Salvador, que contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.
Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas ao Fantástico sobre o assunto. A reportagem, porém, mostrou que o procurou várias vezes, tanto em casa quanto no fórum, e que nunca foi atendida. Por telefone, o juiz disse ao Fantástico: “eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Em novo contato, o telefone foi desligado quando a reportagem perguntou pelo juiz. Na última tentativa, quando a reportagem discou o mesmo número novamente, a ligação não completou.
Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.
A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo.
“Eu não tenho dúvida de que há uma organização criminosa por trás disso. Já pedimos inclusive a prisão preventiva coercitiva dessa Carmen ao juiz”, declarou o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA).
A acusada afirmou que vai prestar depoimento na CPI do tráfico de pessoas na próxima terça-feira (13).
tópicos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário