Políticos + Internet = solução

Cansanção:  Políticos buscam na Internet  transmitir vídeos com mensagens e programa de trabalho.  por não ter espaço na TV aberta ...

A campanha eleitoral mal começou e candidatos às prefeituras e Câ­maras Municipais já correm atrás de seus elei­tores. Além de entrevistas, debates e materiais de campanha, praticamente todos estão na in­ternet, uma ferramenta pronta para ser utiliza­da de maneira completa, estruturada, como um diferencial. Principalmente em municípios que não têm acesso ao espaço na TV aberta, como é o caso de Biguaçu, Palhoça e São José.

Já utilizada fortemente na campanha de 2010, a web tem tudo para se fortalecer nes­te ano como uma aliada dos candidatos. Além de ser uma porta, pela qual o candidato fala de diretamente com o seu eleitor, é também um meio de pesquisa, pois tudo que é escrito lá, fica registrado, podendo ser acessado poste­riormente. “É impossível atingir o todo somen­te no corpo a corpo. Com a internet, temos a possibilidade de ir além”, lembrou o estrategis­ta em marketing digital, Gabriel Rossi. Ele lem­bra também que cada vez mais, os veículos de comunicação vêm suprindo suas lacunas com informações postadas por candidatos em seus sites e perfis.

Apesar de ser uma ferramenta eficiente, que traz benefícios para seus usuários e seguidores, é um método que necessita atenção, pois qual­quer coisa descrita nela, pode ser usada de for­ma negativa. Além disso, mais do que cuidado, é preciso ter comprometimento e responsabi­lidade, pois as pessoas estão ansiosas por pro­postas. Para Rossi, 99% das campanhas feitas na internet são focadas no militante e não no eleitor. Segundo ele, as pessoas estão vulgari­zando a internet. Falta foco no comportamento humano. “As pessoas querem ter acesso a pro­postas e isso quase não é feito”, declarou.

O estrategista diz que para alcançar sucesso nas urnas, algumas dicas precisam ser seguidas no manuseio da internet. Além do cuidado com os boatos que, segundo ele, não acrescentam em nada, tendo em vista que as pessoas procuram determinadas páginas atrás de informações e não de fofocas, é preciso ser autêntico. “Autenti­cidade é o mais importante. O eleitor sabe exata­mente se é você ou seu assessor quem escreveu determinada informação. É preferível duas pos­tagens feitas diariamente pelo candidato a deze­nas feitas pela assessoria”, afirmou Rossi.

Legislação cobra responsabilidade

Desde o dia 5 de julho, os candidatos às eleições municipais de outubro estão autorizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a fazer campanha na internet. Pela resolução do TSE, poderão ser usados sites dos candidatos, do partido ou da coligação com o endereço eletrônico registrado no TRE(Tribunal Regional Eleitoral). A resolução veda a veiculação de qualquer propaganda paga nesses portais. Também está aberta a propaganda nas ferramentas das redes sociais desde que geridas pelo candidato, partido ou coligação.

Porém, cabe ressaltar, que ações como postagens anônimas e propaganda eleitoral na internet, atribuindo indevidamente sua autoria a terceiro, inclusive a candidato, partido ou coligação serão punidas com multas que vão de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

Diversificar torna postagens mais interessantes

Além de criar sites e perfis nas redes sociais, os candidatos precisam buscar formas de atrair o eleitor, pois mais do que divulgar a informação é preciso tornar a página atrativa.

Pensando em diversificar, o fotógrafo Alysson Vieira desenvolveu vídeos de pequena duração do candidato da majoritária e dos vereadores da coligação “Biguaçu de todos”, contando um pouco da história de vida, profissional e política dos candidatos. “A ideia surgiu de uma campanha que está sendo feita no Rio de Janeiro, em uma cidade que não tem espaço na TV aberta e está usando as mídias sociais para colocar seus vídeos viralmente”.

Vieira diz que o melhor vídeo é aquele que atrai mais os eleitores, pois não existe uma fórmula fechada, ele precisa ser feito de acordo com o perfil de cada candidato. Ele salienta, também, que esse tipo de trabalho é muito positivo, pois mostra o candidato para um público que, muitas vezes, nem era dele. “É uma forma de você atrair um eleitor, que antes não era seu”, afirmou.

O formato também deve ser adotado por outros. Ocandidato a prefeito pelo PSOLde São José, Rafael Melo, por exemplo, usará o recurso para apresentar propostas de forma criativa. “Acreditamos que as redes sociais desempenharão papel fundamental, pois ao contrário das outras mídias, ela é participativa. O candidato posta, e a resposta é imediata. Citado pela maior parte dos concorrentes como a ferramenta mais democrática, pois atinge todos os públicos e permite àqueles que não se sentirem satisfeitos com determinados candidatos, simplesmente o bloquearem, o Facebook é o meio mais rápido de divulgar uma informação.

Porém, muitos internautas parecem não estar contentes com a utilização deste veículo nas eleições. Dezenas de perfis contra a divulgação de propaganda eleitoral no Facebook circulam pela rede. Links como “Diga Não a Propaganda Eleitoral no Facebook” e “Sou contra a propaganda eleitoral no Facebook” atraem milhares de seguidores.