terça-feira, 10 de julho de 2012

Pedro Leonardo queria sair do hospital andando





"Muito obrigado, gente. Muito obrigado por tudo mesmo. Obrigado pelas orações, estamos junto e misturados, obrigado pelo carinho. Valeu. Estamos juntos", disse o cantor ao deixar o hospital (Foto: Caio Kenji/G1)Pedro deixou o hospital na tarde desta segunda (9) (Foto: Caio Kenji/G1)









 O cantor Pedro Leonardo deixou o hospital em uma cadeira de rodas por “cautela” e preferia ter saído andando, segundo o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que comandou a equipe que o atendeu no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulox. O filho do cantor Leonardo teve alta nesta segunda-feira (9), mais de dois meses após sofrer um acidente de carro.
Kalil afirmou ainda que, dentro de seis meses, Pedro deverá voltar à vida normal, sem nenhuma sequela.
“Não há problemas na fala, a consciência está preservada e ele caminha”, resumiu o médico responsável pela equipe que atendeu o filho do cantor Leonardo. “Nós acreditamos que, nos próximos seis meses, ele vai retomar a vida normal”, apontou Kalil.
Segundo o médico, Pedro queria ter deixado o hospital em pé. “Ele queria sair andando, mas, por cautela, preferimos a cadeira de rodas”, contou Kalil.
Cantor Pedro Leonardo deve ter alta nesta segunda-feira (9) (Foto: Arte G1)
Roberto Kalil Filho chefiou a equipe que cuidou de Pedro Leonardo no Hospital Sírio-Libanês, onde o cantor estava internado desde 26 de abril. Em 20 de abril, Pedro sofreu um acidente de carro no município de Tupaciguara (MG). Resgatado pelas equipes de emergência, foi levado para um hospital em Itumbiara (GO), e depois transferido para Goiânia, antes de ser levado para o atendimento na capital paulista.
“Graças aos outros serviços, ele chegou aqui. Se não tivesse isso, ele com certeza não estaria neste hospital”, agradeceu Kalil.
Reabilitação
O neurologista Tarso Adoni, do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, não acompanhou o caso do cantor Pedro Leonardo, mas diz que traumatismos crânio-encefálicos, em geral, precisam de muito tempo de recuperação.
“As melhoras são gradativas e podem levar pelo menos cinco anos, dependendo das áreas atingidas. Normalmente, após cerca de seis meses da data do acidente, é possível ter uma ideia mais precisa sobre as sequelas”, explicou.
Segundo o médico, a reabilitação não ocorre espontaneamente, sem estímulos, e precisa ser interdisciplinar, ou seja, envolver diferentes áreas, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e neurologia, para tratar funções cerebrais responsáveis pela linguagem, intelecto, abstração, cálculos, escolhas e adequação social.
“A reabilitação é a coisa mais importante nessa fase e deve ser feita, de preferência, diariamente. Quanto mais precoce for essa estimulação, melhor”, disse. No caso de Pedro Leonardo, ele passará por sessões de fisioterapia e fonoaudiologia, além de seguir com acompanhamento médico.
O neurologista diz que a recuperação em caso de trauma é diferente de um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Isso porque, após uma batida, ocorre uma melhor plasticidade do cérebro – capacidade de neurônios se adaptarem e assumirem funções prejudicadas – do que em pacientes com derrame. O fato de Pedro Leonardo ser jovem também ajuda muito. De acordo com Adoni, traumatismos crânio-encefálicos são mais comuns em adultos jovens, e a maior parte ocorre no trânsito.
Entre as áreas normalmente prejudicadas em um acidente, estão: habilidade motora, equilíbrio, coordenação, fala, sentidos – paladar, olfato, visão, audição e tato –, sensibilidade, rigidez e memória. Pode haver, ainda, dificuldade para aprender coisas novas, déficit de atenção e concentração, redução da velocidade do pensamento, problemas de julgamento, e falta de capacidade de planejamento e tomada de decisões.

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