quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cármen Lúcia: "A eleição mais segura e honesta é aquela em que cada cidadão vota limpo"

O ministro Ricardo Lewandowski deixou sua cadeira na Suprema Corte Eleitoral para se dedicar à revisão do processo do mensalão

Mirella D'Elia
Ministra Carmen Lúcia, anuncia seu voto durante julgamento sobre anencefalia no STF
Ministra Carmen Lúcia, nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (Carlos Humberto)
Primeira mulher a presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia tomou posse nesta quarta-feira conclamando a sociedade a lutar por eleições limpas. Comandante das eleições municipais de outubro, a mineira de 55 anos fez um discurso curto na solenidade que marcou sua entrada no comando da Suprema Corte Eleitoral. Mas fez questão de ressaltar que isso é dever de todos. "O caminho mais curto para a Justiça é a conduta reta de cada um dos cidadãos”, enfatizou. “Nenhuma lei substitui a honestidade, a responsabilidade e o comprometimento do cidadão. O homem probo ainda é a maior garantia de justiça na sociedade. A eleição mais segura e honesta é aquela em que cada cidadão vota limpo".
Morosidade - A nova presidente do TSE também defendeu o combate à morosidade no Judiciário. “Quando a Justiça tarda, falha”, afirmou. “E quando isso ocorre, todos sofrem”. Cármen Lúcia ressaltou que a lentidão da Justiça é um problema que atinge diversas nações. "Justiça artesanal numa sociedade de massas é um desafio que se impõe sem solução mágica. Somos juízes, fazemos direito, não fazemos milagres".
O ministro Ricardo Lewandowski deixou o comando do TSE. "Saio da presidência do TSE confortado e com a certeza de ser sucedido por uma magistrada digna, lúcida e competente", disse ele, que deixa também sua cadeira na Suprema Corte Eleitoral. Lewandowski poderia ficar no tribunal até o ano que vem, mas quer se dedicar à revisão do processo do mensalão. Só após o trabalho do revisor a ação penal que investiga o maior escândalo do governo Lula poderá entrar em pauta.
Pressão - Pressionado pela opinião pública e pelos próprios colegas a concluir o trabalho para que o julgamento ocorra antes do risco de prescrição, Lewandowski tem negado que se sente desconfortável com a cobrança no Supremo Tribunal Federal – foi o que disse mais cedo, também nesta quarta-feira, durante a última sessão plenária presidida por Cezar Peluso. O agora ex-comandante do TSE afirmou que deixa o comando da Corte Eleitoral com a consciência tranquila. E aproveitou para destacar a aprovação da Lei da Ficha Limpa, discutida inicialmente no TSE e, depois, no Supremo. "Nos foi concedida a aventura de ver consagrada pelo STF a moralizadora Lei da Ficha Limpa, que defendemos com vigor desde que foi promulgada", disse. "É chegada a hora de enfrentar sem temores ou hesitações os novos desafios".
A presidente Dilma Rousseff, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e a senadora Marta Suplicy (PT-SP), representando o senador José Sarney (PMDB-AP), que está internado em São Paulo, também compareceram à solenidade.

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