Adriana Moysés, enviada da RFI a Nova Délhi
(Leia aqui a série de matérias especiais sobre a Cúpula dos BRICs na Índia)
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, anfitrião do encontro, vai propor a criação de um banco multilateral de desenvolvimento comandado por países emergentes, instituição que vem sendo chamada de Banco Sul-Sul ou Banco de Desenvolvimento do BRICS. Seria uma espécie de banco paralelo ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), independente dos jogos de poder que dominam há décadas essas duas instituições, destinado ao financiamento de projetos nos países em desenvolvimento.
A ideia já tinha sido lançada no ano passado, durante o encontro do BRICS em Sanya, na China, mas ganhou força com o ritmo lento das reformas do sistema de cotas e de governança no FMI e no Banco Mundial. A Índia propõe que a presidência do novo banco seja rotativa entre os cinco integrantes do BRICS, mas enfrenta resistência da China que, por seu peso econômico, queria ocupar o posto com prioridade.
Segundo o Itamaraty, o Banco de Desenvolvimento do BRICS ainda está em uma fase embrionária. É provável que no encontro em Nova Délhi os líderes aprovem a formação de grupos técnicos de trabalho para formatar a instituição. O aporte de capital de cada país seria definido numa etapa posterior.
Para Fabiano Mielniczuk, mestre e doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio e coordenador de pesquisas no think tank BRICS Policy Center, no Rio de Janeiro, uma das vantagens desse banco é que seus projetos de financiamento seriam isentos das condicionalidades que impõem, até hoje, o FMI e o Banco Mundial a seus credores, dificultando a superação das crises.
Mais um exemplo dessa fórmula dolorosa e de sucesso incerto se vê atualmente na zona do euro. Muitos economistas criticam a dieta de rigor imposta pela troika europeia (FMI, Banco Central Europeu e União Europeia) aos países do bloco em dificuldades, como Grécia, Portugal, Espanha e Itália, condenados a um longo período de recessão. O Banco de Desenvolvimento do BRICS teria uma fórmula adaptada às necessidades da nova ordem econômica mundial, explica Fabiano Mielniczuk.
Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV-SP, considera o projeto um recurso inteligente e agregador de força política para o BRICS. Segundo ele, os projetos de desenvolvimento na África são uma área onde os BRICS enxergam um espaço, um vácuo, onde o grupo consegue articular uma visão em conjunto, e lidar com os desafios e problemas do continente africano de forma eficiente.
(Leia aqui a série de matérias especiais sobre a Cúpula dos BRICs na Índia)
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, anfitrião do encontro, vai propor a criação de um banco multilateral de desenvolvimento comandado por países emergentes, instituição que vem sendo chamada de Banco Sul-Sul ou Banco de Desenvolvimento do BRICS. Seria uma espécie de banco paralelo ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), independente dos jogos de poder que dominam há décadas essas duas instituições, destinado ao financiamento de projetos nos países em desenvolvimento.
A ideia já tinha sido lançada no ano passado, durante o encontro do BRICS em Sanya, na China, mas ganhou força com o ritmo lento das reformas do sistema de cotas e de governança no FMI e no Banco Mundial. A Índia propõe que a presidência do novo banco seja rotativa entre os cinco integrantes do BRICS, mas enfrenta resistência da China que, por seu peso econômico, queria ocupar o posto com prioridade.
Segundo o Itamaraty, o Banco de Desenvolvimento do BRICS ainda está em uma fase embrionária. É provável que no encontro em Nova Délhi os líderes aprovem a formação de grupos técnicos de trabalho para formatar a instituição. O aporte de capital de cada país seria definido numa etapa posterior.
Para Fabiano Mielniczuk, mestre e doutor em Relações Internacionais pela PUC-Rio e coordenador de pesquisas no think tank BRICS Policy Center, no Rio de Janeiro, uma das vantagens desse banco é que seus projetos de financiamento seriam isentos das condicionalidades que impõem, até hoje, o FMI e o Banco Mundial a seus credores, dificultando a superação das crises.
Mais um exemplo dessa fórmula dolorosa e de sucesso incerto se vê atualmente na zona do euro. Muitos economistas criticam a dieta de rigor imposta pela troika europeia (FMI, Banco Central Europeu e União Europeia) aos países do bloco em dificuldades, como Grécia, Portugal, Espanha e Itália, condenados a um longo período de recessão. O Banco de Desenvolvimento do BRICS teria uma fórmula adaptada às necessidades da nova ordem econômica mundial, explica Fabiano Mielniczuk.
Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV-SP, considera o projeto um recurso inteligente e agregador de força política para o BRICS. Segundo ele, os projetos de desenvolvimento na África são uma área onde os BRICS enxergam um espaço, um vácuo, onde o grupo consegue articular uma visão em conjunto, e lidar com os desafios e problemas do continente africano de forma eficiente.

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